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Partindo da observação da imagem da fachada da Sé de Lisboa apresentada no enunciado do E-Fólio, podemos afirmar que o edifício cuja construção teve início em meados do século XII, tem um estilo arquitetónico Românico, demonstrado através do seu corpo central, com um portal e uma rosácea, flanqueado por duas altas torres contrafortadas. O portal principal encontra-se protegido por um nartex, possui quatro arquivoltas de forma perfeita com oito capiteis esculpidos com motivos vegetalistas e figurativos.

A Sé apresenta características Românicas, tanto no volume, como na massa estrutural do edifício, designadamente no seu aspecto robusto, amuralhado e quase defensivo.

Tem uma planta em forma de cruz latina, orientação nascente-poente e obedece à concepção Românica do espaço e às regras da fase final do estilo. As arquivoltas e capitéis da porta axial e a torre quadrada sobre a abóbada do cruzeiro confirmam o estilo Românico, as três naves, a galeria de circulação do trifório, aberta para as naves central e cruzeira, e os contrafortes das torres com uma secção divergente da secção uniforme, própria do estilo Românico, demonstram particularidades de transição próximas do Gótico.

Isto explica-se pelo facto de, o edifício da Sé de Lisboa, ter sido ao longo dos tempos, devido a destruições resultantes da força da natureza ou por vontade dos homens, um monumento dinamicamente acrescentado ou modificado, com intervenções mais ou menos incisivas, tendo-se descaracterizado a sua primitiva traça Românica, acabando por receber na sua estrutura muitos traços do estilo Gótico, como por exemplo o claustro, composto por três lanços de galerias cobertas de abóbadas em ogiva, com nervuras apoiadas em míssulas e fechos de florões.

A Sé de Lisboa inclui-se no modelo arquitetónico das grandes Catedralícias, pelo seu formato cruciforme, com três naves, trifório sobre as naves laterais, transepto pouco saliente e cabeceira composta por abside e deambulatório com várias capelas radiantes.

As novidades plásticas introduzidas terão sido a substituição do telhado por abóbadas, a execução de pilares maciços como base de sustentação e paredes mais espessas, edifícios com aberturas raras e estreitas usadas como janelas, a construção de arcos de 180 graus, os chamados arco de volta perfeita, arco inteiro ou arco romano. Contrariamente à arte Paleocristã, as igrejas passam a ser ricamente decoradas no seu exterior e constroem-se torres no cruzamento das naves ou nas fachadas. Passam também a ser utilizados relevos didáticos e decorativos no interior e no exterior, como por exemplo a chamada “cachorrada nas cornijas”.

Com todas as modificações efectuadas no edifício, podemos ainda assim afirmar que D. Afonso IV é o principal responsável pela transformação da antiga Sé num edifício descaracterizado, que conjuga um corpo de três naves e transepto saliente românicos, um claustro gótico, do reinado de D. Dinis, e ainda, a nova capela funerária de Bartolomeu Joanes, construída a partir de 1327, com a nova cabeceira, agora ao modo do Gótico, mais ampla, circundada por deambulatório e nove capelas radiantes. Através da construção de uma nova cabeceira, que veio substituir a antiga românica, alegadamente destruída pelos efeitos de vários terramotos, os construtores, ao serviço do rei e do cabido da Sé, conceberam um projecto que visava a construção de uma capela-mor de acordo com linhas programáticas diferentes de tudo o que até aí se fizera e na órbita das mais avançadas propostas da arquitectura gótica da Europa de então. Pela primeira vez, surgia em Portugal, um deambulatório que, nada tem de compromisso com a arte românica ou com a arquitectura dos cistercienses, significando, tão simplesmente, um esforço para atingir a monumentalidade das grandes igrejas europeias, em especial as do Norte da Europa, visando dotar a Sé de Lisboa de um dispositivo interno idêntico ao das grandes catedrais europeias da época; visava, enfim, actualizá-la e modernizá-la.

Em jeito de conclusão, podemos afirmar que a Sé de Lisboa, acompanhou ao longo dos tempos a evolução dos estilos arquitetónicos, quer tenha sido por motivos naturais ou por vontade do homem, a Sé foi sendo modificada, acrescentada e restaurada ao sabor dos estilos em vigência, ao longo da sua “vida” como edifício ex-libris da capital Portuguesa.

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